Silêncio, escuro e tudo a dormir. Achava eu…
Eles estavam na cama e as Gaiatas também. E os verdinhos ali
tão juntinhos na gaiola, tão encostadinhos um ao outro a dormir. Pata ante
pata, espreita daqui, espreita dali, mete o bigode dentro da gaiola e como que
por magia consegui enfiar uma patinha de maneira a conseguir afastar as grades.
Depois foi uma questão de segundos… Os verdinhos começaram a voar, ou a tentar
voar, vá… e eu apanhei um com a boca. Silêncio, escuro e eu com a boca cheia de
penas verdinhas.
O Outro abriu a pestana e ficou delirante com a minha
descoberta. Nisto, gritos com choro à mistura que até me assustei:
- “Mamã, mamã, O Gato tem o meu periquito na boca!!”
Ora bem, com os gritos da Gaiata Grande abri ligeiramente a
boca e o verdinho saiu de lá de dentro. Eles vieram logo à corrida e
conseguiram apanhar o petisco e devolvê-lo à gaiola. Nem tive tempo de perceber
se a carne era tenrinha…
A Gaiata Grande olhou para mim com um olhar de tristeza e
disse: “Gatinho mau”.
Ainda ouvi uma conversa sobre o “não ser mau, filha, é o
instinto de caça, é mesmo assim… blá blá blá whiskas saquetas” mas já nada disso me interessou. O Outro viu
o meu ar de frustração e soltou um longo miaaaaaaaaado como quem diz: “Anda
daí, vamos às osgas”.
Miaaaaaaaaauuuuuuuuuuuuuu
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